PROBLEMATIZANDO...

Que conceito de educação do campo se construiu ao longo da nossa história de educação brasileira? Qual o suporte teórico e legal que orienta a discussão das questões referentes à escola do campo?

Qual a identidade da escola que está localiza da no perímetro rural e não é orientado pelos Programas e organizações de reforma agrária?

Como tem se desenvolvido a gestão e as práticas pedagógicas da escolas do campo? E a formação dos professores?

Qual a sua contribuição para esse debate?

terça-feira, setembro 6

Um pouco mais sobre Educação do Campo


A educação tem se constituído instrumento relevante na sociedade brasileira e foi, ao longo do tempo, definida por concepções de educação que no seu processo histórico apresenta concepções de natureza cartesiana, pragmática, reprodutivista, crítica-reprodutivista, ou crítica, libertadora, liberal, neoliberal, pós-moderna; a educacão das populações rurais se desenvolveu nessa trajetória histórica e acrescentou elementos de inovação e desenvolvimento mesmo que conservando características – avanços e dificuldades próprias. A educação, no entanto, é fundamental para o sujeito do campo ou da cidade.
A concepção de educação empregada não favoreceu a superação dos problemas referentes ao analfabetismo, à elevação da escolaridade e dos níveis de aprendizagem, à melhoria da qualidade da educação, da cultura e padrão de vida, além da minimização da repetência, do abandono escolar e da pseudo-aprendizagem que na maioria das vezes está relacionada à falta de investimentos na valorização dos profissionais da educação e/ou na sua formação continuada. Por outro lado, muitos acreditam que o que a escola do campo conseguiu até agora já foi demais. Essa é uma postura dissimulada de crer que as pessoas do campo não merecem mais do que o pouco que já têm.
Nas regiões mais pobres, crianças, adolescentes, jovens e adultos sofrem a precariedade de investimentos nas políticas públicas de educação que causam dívidas sociais históricas, marcada por desigualdades econômicas, sociais e educativas, principalmente para as populações do campo.
A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes da Educação Nacional não foram capazes de garantir gestões municipais e práticas pedagógicas significativas para a educação campesina e coube à nova LDBEN a legitimação da educação do campo na medida em que reconhece as peculiaridades da zona rural de cada região e a necessidade de adequação dos conteúdos curriculares e metodologias às necessidades reais, interesses e condições climáticas.
Um conceito significativo sobre educação do campo está relacionado a uma visão humanizadora e postura político-pedagógica crítica, dialética e dialógica, que valoriza o sujeito através de sua identidade cultural e compreende o trabalho como algo que dignifica o homem - sujeito histórico e não objeto ou coisa, posto que tem um jeito diferente de lutar e pensar, de viver e e trabalhar no e do campo.
Dessa forma é preciso refletirmos, juntos, sobre as questões e paradigmas que envolvem a escola do campo, seu perfil, seus caminhos e suas perspectivas, educadores e sujeitos do campo, para podermos dialogar com as instituições governamentais e não governamentais, com vistas à construção de uma escola progressivamente melhor, comprometida com os espaços de vida dos seus educandos, sua cultura, seu trabalho, seu saber, sua identidade e sua vocação ontológica.

Por Ana Amélia.

terça-feira, junho 14

Sejam Bem-vindos!

Queridos companheiros,

Este blog foi criado com intenção de ser espaço de reflexão sobre questões relacionadas à educação do campo, principalmente das escolas que se localizam na zona rural mas não são atendidas por nenhum programa ou metodologia específicos ou ação dos movimentos organizados na construção   de políticas educacionais para assentamentos de reforma agrária.  Pretende ser veículo de divulgação das atividades realizadas pelas escolas, referência para comentários de idéias e pensamentos teóricos que possam contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no campo. É possível e necessário que seja uma oportunidade de diálogo entre técnicos, estudiosos e trabalhadores da educação, para troca de informações e opiniões.
A idéia principal é abrir a discussão sobre as especificidades dessa modalidade de escola, cuja identidade é por vezes confundida com a de outras escolas, dissimulando o jeito especial de ser e de fazer educação reconhecida num espaço educativo diferenciado da escola dos grandes e médios centros urbanos.
A postagem será, inicialmente, mensal e as sugestões serão amplamente aceitas para inclusão de temáticas novas nos nossos debates.
Contamos com a participação de todos os educadores, alunos e comunitários que queiram colaborar para a discussão.
Participemos!